sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016



Um dia, um professor distraído foi para outra cidade viver.
Ao alugar uma casa reparou que tinha uma fonte no quintal. Só não sabia que era milagrosa!
No dia seguinte encontrou um pirata cego a passear em frente a sua casa. Surpreendido, o professor fechou-se em casa. Não era todos os dias que nos podíamos deparar com um pirata de verdade!! A fim de descansar daquela nervoseira, foi até à fonte. Um amigo seu, que era de lá, tinha-lhe contado que a fonte era milagrosa e curava as pessoas.
Será? Teria sido por isso que andava tanta gente a rondar-lhe a porta? Se calhar tinha sido por isso que lá tinha ido o pirata.
O pirata era cego e tinha uma perna de pau, mas queria ser normal. Todos se metiam com ele, chamavam-lhe nomes, atiravam-lhe pedras,…
O professor foi à fonte, à noite, e encontrou lá o pirata que tinha visto no dia anterior. Agora não lhe parecia tão assustador!
O professor distraído queria ver se a lenda que dizia que a fonte era milagrosa era mesmo verdadeira. Então, bebeu um golinho de água e descobriu que se tinha transformado num modelo fotográfico!!
Depois de beberem a água, quer o pirata, quer o professor se tinham transformado! O professor não deixara de ser distraído, mas estava forte e musculado e o pirata, que deixara de ser cego e tinha ambas as pernas, teve de enfiar o rabinho entre as pernas e ir-se embora a correr, pois estava em propriedade privada, neste caso no quintal do professor.

Rodrigo Ribeiro

Perigosa amizade



        Há muitos, muitos anos, no sopé de um vulcão adormecido e enorme, existia uma vaca grande e esfomeada que estava num terreno cinzento, árido e pobre, como é comum num vulcão.
        Certo dia, a vaca avistou um ovo e como não sabia de quem era levou-o para o seu local preferido, a cratera do vulcão com a intenção de o proteger. Assim manteve-o durante algum tempo e cuidou dele, durante muitos dias. Mas a certa altura o ovo começou a rachar, lentamente, e a vaca viu que era um passarinho.
        Como andava já há alguns dias à procura de alimento e não o encontrava, começou a ficar desesperada. Então, pensou em comê-lo, mas concluiu que o passarinho era pequeno demais para a sua fome.
         Continuou a sua busca, alimentando-se das poucas ervas existentes no local. Passado algum tempo o passarinho, que já não era passarinho, mas um passarão, estava a voar.
Um dia andava a experimentar técnicas de voo quando a vaca o chamou. Esta, distraída, deu-lhe um coice e o pássaro caiu no chão inconsciente.
         A vaca comeu-o gulosamente, mas no dia seguinte arrependeu-se do seu ato, pois começou a sentir a sua falta, já que era o seu único amigo, mas já não havia nada a fazer.
        No final a vaca ficou solitária e a chorar por todos os cantos vindo a morrer de infelicidade.

Ivo Loureiro 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

No meio do Oceano Atlântico,  encontrava-se um atum cansado de tentar salvar uma mulher bonita, forte, baixa e com sardas e o filho que era calmo, simpático e amoroso, que deram à costa. Mas não conseguiu. O atum, tristíssimo, ia já para casa quando reparou num pássaro recém-nascido também a afundar-se. Depressa, pegou nele e levou-o para a tona da água, para ele poder respirar.
             Era um pássaro recém-nascido, belo, amoroso, que parecia estar assustado por causa do atum. Então, o atum embalou-o com muito carinho e este, sozinho, porque a mãe o tinha abandonado, sentiu-se muito agradecido àquele amigo inesperado.
             O pássaro entretanto adormeceu, num tronco à deriva no mar. O atum começou a arranjar-lhe comida e o passarito começou a crescer e até aprendeu a gostar de peixe.
Quando chegou a hora de voar, foi o atum que o incentivou e ajudou. Não havia mais ninguém para o incentivar! Agora, já sabia voar e resolveu procurar os da sua espécie.  
Um dia, despediu-se do atum, com lágrimas, mas muito grato e desapareceu no mar.

 
Adriano Osório


Estranha amizade

A casa da minha avó era rés-do-chão, muito bonita, tinha uns lindos jardins de papoilas e tulipas e jardins muito bem cuidados. De repente, a minha avó ouviu um grande barulho no jardim e veio com uma colher de pau na mão, muito enervada, ver o que se passava.

Descobriu uma vaca preta às manchas brancas, muito magrinha, onde só se viam pele e ossos. A minha avó pensou “coitadita, já não come há, pelo menos uma semana”. Pensou isto porque estava a nevar há imenso tempo e a neve cobria a erva.

A minha avó, então, teve muita pena da vaquinha e convidou-a para beber um chá, antes de a noite cair. Foi um belo momento!!

Depois, deixou-a ficar lá durante a noite no estábulo. Afinal ele não estava a ser usado!! No dia seguinte a avó ia mandá-la embora, mas teve pena e lá a deixou ficar. Tinham-se tornado amigas e faziam companhia uma à outra.

Começou a dar-lhe feno, chá e bolachinhas e a vaca estava cada vez mais gordinha e feliz.

Pedro Ribeiro